Uma tarde no Monte da Caparica com a Juana Na Rap

Juana Na Rap. Foto: Francisco Henrique Melim

Fotografias por Francisco Melim

Este entrevista teve lugar no Inverno de 2022. Alguns dos sons que encontras ao longo do artigo saíram bem depois da nossa conversa. É que o tempo não pára – e a Juana também não.


Estou com a Juana Na Rap numa horta algures na colina verde do Monte da Caparica.

“Nós parávamos aqui todos os dias,” diz, fintando uns arbustos. “Havia sempre festa – um aniversário ou assada ou assim.”

É um sábado ameno de Inverno. Enquanto caminhamos pela vegetação pálida, ela descreve como, antigamente, numa tarde bonita como esta, a horta “estava viva”. Fala de vegetais e até animais a desfrutar do terreno, mas também da imensa gente que se via a calcar estas bandas. E, claro, ela era uma delas.

A Juana dá-me a conhecer uma espécie de lenda urbana que circula por estes lados. A lenda diz que, em tempos, a horta foi um refúgio para churrascos e bodas humildes entre amigos e conhecidos do Monte Kapta. Nisto incluem-se ainda as noitadas clandestinas, particularmente memoráveis, que atraíam como um íman o sangue mais jovem da zona e se arrastavam até ao nascer do sol. Mais do que uma horta, este era um lugar sem rival no bairro; quem parava aqui, sabia que ia matar a fome, curtir uma música e partilhar bons momentos.

Mas isto foi noutra vida. Por estes dias, a horta é um lugar sem amor com vista para o Tejo. Ainda há vestígios daquela época, como as bananeiras e uma pequena piscina de azulejos onde aparentemente os miúdos se divertiam no Verão. Mas o resto foi tomado pela vegetação selvagem e pela poeira árida. Logo ali ao lado, está um barracão de madeira, que embora torto, também parece imune à passagem do tempo. A Juana fixa o olhar na porta e diz: “Quando entravas ali, estavas na discoteca”.

E prossegue a navegar pelas memórias da noite em que aqui apresentou ao vivo o seu segundo álbum, “Tcheu Barreras”. A expressão dela anima-se. Não dá para esconder que é um dos momentos proverbiais do seu percurso artístico, e provavelmente um dos que mais se orgulha. Aconteceu no início de 2016 e o bairro inteiro parecia caber no barracão-discoteca.

“A fila de carros estacionados ia até lá acima ao bairro,” recorda. “Como estava a chover bué, tivemos de pôr madeiras neste caminho todo [para evitar a lama]. Fui eu que organizei tudo: comprei bué bebidas, uma máquina de tirar imperiais e pus uma dama no bar. Depois liguei a um pessoal para participar. Vieram o Primero G, Jair GSK, Double Face, o Boss que cantava com o Ghoya… A festa durou até às oito da manhã. Foi incrível.”

Juana Na Rap. Foto: Francisco Henrique Melim

Na verdade, o gig na horta foi uma resposta às respostas que tardavam em chegar dos espaços que ela abordou. Sem tempo a perder, divisou um outro plano, espremeu o possível dos meios disponíveis e, no fim das contas, deu a festa. Ainda para mais a jogar em casa, rodeada do pessoal que puxa por ela desde que começou a escrever umas rimas na adolescência.

“Faço rap porque curto. Enquanto não há aquela oportunidade certa, vou fazendo ao meu gosto aqui na rua. Quem vier ao Monte vai ver-me a dar freestyle ou a cantar uma rima minha num beat. Estou sempre dentro da cena, mas aqui na zona.”

Nos mais de dez anos dentro da cena da música, a Juana Na Rap gravou dois álbuns, colaborou com lendas do rap crioulo e amassou uma colecção de singles com tradução em vídeo. Um trajecto feito à maneira dela, com recursos próprios, e uma certa atitude lowkey. Prova disso é a presença de serviços mínimos que mantém nas redes sociais (“mostro aqui aos meus rapazes [a música que não mostro nas redes], para mim é suficiente”). Ou os perfis no Spotify e YouTube que só recentemente começou a cuidar e onde os álbuns ainda nem estão disponíveis. Posso estar enganado, mas esses provavelmente só existem nos CDs de edição caseira que fez circular pela zona.

Mas não é que seja da natureza dela projectar uma aura de secretismo. Mas é da natureza dela preocupar-se menos em construir uma ideia de artista para os outros e simplesmente ser ela mesma enquanto se diverte a fazer o que mais gosta: trocar umas barras com os amigos e dominar no palco. E já foram alguns os que pisou, desde salas mais pequenas a festivais como o Iminente ou o Primavera Sound. Sem editora nem manager, descobriu as suas próprias fórmulas e baseou o seu percurso num propósito simples: conquistar o respeito dos seus e das ruas que a viram crescer. Só que a música encontra formas imprevisíveis de viajar e a base de fãs acaba por crescer. E, hoje, a Juana Na Rap não é apenas mais uma a escrever umas rimas no bairro; é uma respeitada protagonista na cena do rap crioulo em Portugal.

Depois da visita à horta, seguimos num Peugeot em direcção ao centro do Monte da Caparica. Pelo caminho, ensaiamos uns retratos num moinho velho e rondamos o bairro Amarelo, depois o Branco, que aqui é o Brooklyn. Do interior do carro, as ruas parecem adormecidas. Movimento só à porta de um ou outro café, embalado pelo funaná que flutua pelos prédios.

“Quem vier ao Monte vai ver-me a dar freestyle ou a cantar uma rima minha num beat. Estou sempre dentro da cena, mas aqui na zona.”

Estacionamos no bairro do Asilo e seguimos a pé pelo bloco de prédios. É neste curto percurso que percebo como a Juana é um rosto bem familiar no Monte da Caparica. A cada 100 metros, aparece sempre alguém para a cumprimentar ou um miúdo para a embrulhar num abraço, como se fossem irmãos. Com o cabelo comprido e trançado, uma sweat Lacoste vermelha e umas calças de treinado bordadas com a inscrição “Na Rap”, o difícil é encontrar quem não a reconheça assim que se cruza com ela.

“Nem é por causa da música…” diz, quando um “DÁÁÁ-LHEE JUAANA” interrompe o pensamento e a lassidão da rua. Ela acena. “…Eu é que sempre fui bué da rua, parava sempre com os rapazes.”

Em conversa leve, o tom dela é sereno, pausado, de absoluto contraste com aquela firmeza ameaçadora que impõem nos raps. “Mas ya…,” continua. “É fixe. Às vezes penso, ‘nah, o som não chega às pessoas’. Mas depois há outras zonas onde até ouvem a minha música. Fico bué contente, é grande emoção. É sempre inesperado porque faço a minha música na boa.”

Acabamos sentados à sombra do hall exterior de um destesedifícios. Por cima de nós, uma placa faux dourada diz-nos que, no Verão de 1996, o primeiro-ministro António Guterres entregou as primeiras chaves destas habitações aos moradores do antigo Lazareto / Asilo 28 de Maio, no vale de Porto Brandão. No Outono de 95, uma derrocada no Lazareto, consequência de uma tempestade, vitimou duas crianças, precipitando o realojamento daquela comunidade. Eram sobretudo cabo-verdianos que ali se instalaram depois da Revolução.

No novo Asilo, todos gostam de António Guterres.

A Juana pára por aqui com os amigos todos os dias. Quando acontece alguém dar play num beat, é aqui mesmo que ela exercita as skills no improviso.“[Os vizinhos] dizem-me, ‘fogo, cala-te um bocado Juana’”. Ela sorri, é tudo na boa.

Juana Na Rap. Foto: Francisco Henrique Melim
Juana Na Rap. Foto: Francisco Henrique Melim

Juana Na Rap – ou Joana Santos, nome de certidão – nasceu em Lisboa. Filha de pai Informático e mãe da área da Educação, viveu no Beato até aos 13 anos, altura em que se muda com a família para a Margem Sul. Passa a frequentar a Escola Básica do Monte da Caparica e é aí que tem o primeiro contacto directo com o rap. Isto foi algures no início dos 2000, numa época em que as battle raps reinavam nos pátios das escolas.

“Já havia uns quantos rapazes que curtiam cantar e dar freestyles, então comecei a entrar na cena deles,” conta. “[Nos intervalos], todos corriam para ver [as batalhas]. Quem nos visse achava que havia confusão. Mas não, era tudo à volta de um ou dois a dar freestyle um contra o outro, tipo mic-fight, uns a dar rimas, outros a rir. Então comecei a ganhar aquele gosto e os rapazes chamavam-me sempre. ‘Vai Juana, manda aí uma rima’. O meu tropa João Filipe é que sempre puxou bué por mim. À hora do almoço íamos à Escola [Integrada] do Bairro Amarelo ter com outros amigos lá da zona e fazíamos battles entre escolas. Eramos bués naquele tempo. [As rimas] eram brincadeira, cenas do tempo de escola, gozar uns com os outros, nada sério.”

“E havia outras raparigas nas battles,” pergunto.

“Naquele tempo não. Como eu era maria-rapaz, andava sempre com eles, então participava. Eu era rapariga mas estava sempre à-vontade. O meu tropa João Filipe era bué forte, então mesmo eu sendo um bocadinho fraca, como estava sempre com ele, nunca havia estrilho. Às vezes mandavam-me uma dica ou outra, mas o gajo já está ao meu lado a responder.”

“Quem nos visse achava que havia confusão. Mas não, era tudo à volta de um ou dois a dar freestyle um contra o outro, tipo mic-fight, uns a dar rimas, outros a rir.”

“E é assim que aprendes crioulo?”

“Por acaso comecei a escrever em português, mas eles escreviam e falavam em crioulo. Eu percebia algumas cenas, comecei a apanhar pouco-a-pouco. Eles puxavam por mim – ‘escreve em crioulo, escreve em crioulo!’. Eu dizia que não sabia e eles insistiam. Até que comecei a falar na rua, uma beca mal, aquele sotaque fatela. Mesmo hoje em dia não falo certo. Mas fui aprendendo, foi uma cena natural, nunca foi uma cena de ir para casa estudar. Foi na rua. Às vezes nos freestyles mandavam uma dica ou outra que eu não percebia. Mas eu curtia bué a métrica do crioulo. Mesmo a maneira de expressar. Às vezes sinto-me mais à-vontade a escrever em crioulo, há certas palavras que têm outro peso.”

“As primeiras idas ao estúdio, também são aqui no Monte? Havia alguém dedicado à produção?”

“Nós começámos a gravar aqui no Nunhela. Ele tinha um estúdio improvisado no quarto dele porque ele também cantava e fazia os beats dele. Tínhamos um espaço ali, quem quisesse ia lá e gravava. Tudo à-vontade. Todos os dias a casa estava cheia.”

Ponte 25 de Abril. Foto: Francisco Henrique Melim
Juana Na Rap. Foto: Francisco Henrique Melim

Primeiro som de estúdio: “Melhores Dias Virão”, de 2007. Anos mais tarde, fruto de um encontro insperado no bairro, surge uma colaboração com Klicklau, um dos dinossauros do rap crioulo. E a partir daí a história é outra.

“Eu já conhecia a música dele,” conta. “[Quando nos conhecemos], disse-lhe que curtia os sons dele e que eu também tinhas umas letras. Então pediu-me para mostrar uns sons e curtiu bué. A partir daquele dia, ele veio mais vezes ao bairro ter comigo. Um dia trouxe um CD com bué batidas do Primero G e disse para fazermos um som. Pôs o CD a tocar no carro e escrevemos a letra ali na hora. É assim que nasce o “Batida Ku Letra“.

“Batida Ku Letra”, que teve direito a videoclipe, foi tão importante como primeira amostra para fora do bairro do estilo distinto da Juana Na Rap, como pelo facto de a ter levado a gravar no estúdio de Primero G. Para os que não conhecem este nome, a Juana explica melhor do que eu: “é o patrão do rap crioulo na tuga, o pioneiro disto tudo”. Membro do lendário colectivo TWA, vem de uma linhagem de rap extremamente interventivo que bateu forte no movimento em Portugal nos 90 e início dos 2000. Por estes dias, a partir do seu estúdio, o Ligação Directa, produz beats e guia outros artistas nas suas ambições, inclusive a Juana Na Rap, que tem neste OG um mentor p’ra música e p’ra vida.

“Às vezes, os menos falados, que ninguém sabe nem conhece, são os mais importantes no rap, os que puxaram a cena para cima”

“Temos uma relação bué forte, dentro e fora da música, é grande amigo meu,” conta. “É uma pessoa que sempre me ajudou, fez tudo para que eu conseguisse mostrar o meu trabalho. Quando fala, eu assimilo tudo. Quando cheguei ao estúdio, ensinou-me a gravar, ensinou-me [cenas] sobre música, e até histórias de rap mais antigo. É sempre bom saberes as histórias. Porque hoje em dia ouves dizer que este e aquele estiveram no rap, mas esses são os que estiveram mais expostos. Mas às vezes, os menos falados, que ninguém sabe nem conhece, são os mais importantes no rap, os que puxaram a cena para cima. Todos os momentos são especiais com ele. Primeiro a amizade, depois vem a música. Mas ele diz-me para ir atrás, para lutar pelo que quero.”

“Tens momentos em que não te apetece correr atrás”, pergunto.

“Às vezes uma pessoa desanima…” E pausa uns segundos para reflectir. “…É normal, faz parte. Mas não há que desanimar, faço [rap] porque gosto.”

Com Primero G como sensei, Juana Na Rap compilou dois álbuns – antes de “Tcheu Barreras”, de 2016, estreou-se com um álbum homónimo em 2014. A esses dois esforços somam-se inúmeras colaborações com rappers como Bruks e B’Sau, I’Roy, ou produtores como Brainkilla ou Eddibeatz. A lista é extensa. No YouTube há muita malha da Juana Na Rap que ganhou vida audiovisual, e onde normalmente há uma forte presença de pessoal do Monte da Caparica.

Esse mesmo pessoal facilmente se identifica com os raps da Juana. Seja em cima de beats tradicionais boom bap ou produções mais modernas como o drill, os relatos dela ilustram as fragilidades e armadilhas de um lugar esquecido, mas injectam ao mesmo tempo uma aura positiva e motivadora que não deixa ninguém refém do realismo extenuante.

“Muitas vezes, as coisas que digo na música são relatos do que se passa para tentar que não vás pelo mesmo caminho,” reflecte. “Se der para estudares e teres um bom futuro, não vale a pena estares aqui na rua. Muitos estão porque têm de estar. Aqui há crianças, cotas que se levantam cedo para trabalhar, people honesto, boas pessoas. Muita gente fala sem saber, sem visitar o bairro. Quero um bom futuro para os putos. ‘Atividadi’ também é sobre isso.”

“Rimo sobre o que sinto e o que passo na minha vida. É rap street. [É] expressar-me. Gostava de poder fazer e mostrar mais, fazer um ou dois videoclipes todos os meses. Tenho músicas e letras para isso, mas não tenho dinheiro para ir a um estúdio pagar por uma música e depois pagar aqui na rua pelo vídeo… Quando for a ver, todos os meses estou a tirar 300 ou 400 euros do meu bolso só para a música.”

“Aqui há crianças, cotas que se levantam cedo para trabalhar, people honesto, boas pessoas.”

“Há pouco tempo fizeste um som com a Mynda Guevara onde falas disso, do escasso apoio por exemplo para concertos, sobretudo para artistas como vocês as duas, mulheres que cantam em crioulo…”, digo.

“Eu tento não pensar muito nisso, mas quando penso…” diz. “Vê-se bué concertos de rap por cá em que os cartazes são na maioria rapazes, mas também tens muitas mulheres que cantam – a GFema, a Mynda, bués. Os promotores estão atrás do que dá guito. Quem está lá é que tem de dar o nome, dizer que também há mulheres no rap. A Mynda é uma pessoa que corre atrás, investe no trabalho dela. Eu digo que ela já devia estar noutro patamar.”

E dá o exemplo do mais recente cartaz do evento História do Hip Hop Tuga: “Não há nenhuma rapariga lá. Nem falo por mim porque não faço o trabalho, não tenho nada para apresentar, mas a Mynda tinha de estar naquele cartaz. Por isso é que fizemos aquele som. Quem são as mulheres que estão no cartaz? Capicua. Qualquer dia tem 100 anos e vai estar a aparecer no cartaz. E está a Nenny, mas não a vejo muito na cena do rap. Falta aquelas oportunidades. Tem de se trabalhar.”

Juana Na Rap. Foto: Francisco Henrique Melim

Um terceiro álbum até está no horizonte, mas a curto prazo os planos da Juana passam por lançar uns quantos sons soltos para a net e, nesse processo, incorporar um desafio pessoal. “Sempre escrevi uma coisa ou outra em português, mas às vezes não soa como curtia. Se calhar também quero crescer [na escrita em português]. Muita gente pede para escrever em português, mesmo amigos aqui do bairro, e eu quero fazer isso. Tenho um som escrito de há uns oito anos: ‘Vida de riscos / Uns quantos estão lá no meio / Uns tentam sair / Outros vivem com receio‘. Eles têm de saber que eu faço [sons] em português. É importante para mim, porque há muita gente que pensa que só canto em crioulo. Mas não, canto nas duas línguas.”

A conversa segue fluida. Tão fluida que quando dou por isso, já um pequeno grupo de pessoas se juntou a nós para escutar o que vai na mente da Juana. A influência dela na zona é palpável e ela faz questão em retribuir o amor que recebe, sobretudo pelos mais novos. “Há bue pessoal que vem ter comigo a mostrar sons. Às vezes tenho pena de não conseguir ajudar mais. Mas como te disse, hoje tudo é pago. No meu tempo, tinhas o tropa no bairro com um estúdio em casa, qualquer um chegava ali e gravava. Hoje não é assim. A qualidade da música também é diferente. Naquela altura contava a mensagem, não era a qualidade do som. Hoje em dia podes estar a falar merda, mas acompanhado de um bom beat e a cena ainda passa. Mas para mim a mensagem é o mais importante. Curto sempre ouvir o que estou a dizer.”

“Mas os putos curtem bué a minha cena, dão grande apoio. Querem sempre aparecer nos vídeos, é fixe. E eu já lhes disse, um dia que tenha um concerto mesmo grande, pego num autocarro e levo-os a todos e vão todos para cima do palco.”

“É esse o significado de sucesso para ti?”

“Faço sucesso para mim e para os meus,” diz, enquanto tecla uma pesquisa no YouTube. “Para quem gosta do meu trabalho.”

“E o que é que não comprometes enquanto artista em busca desse sucesso,” pergunto. Do telemóvel dela ouve-se agora um beat drill.

“Eu não mudo nada, esta é a minha maneira de ser e cantar. Agora, é mostrar trabalho. Temos que lançar, dar continuidade ao trabalho até lá chegar.”

E como tudo começou para a Juana é como a nossa tarde acaba – com ela a cuspir a suas verdades, e o Monte Kapta a escutar.

Juana Na Rap. Foto: Francisco Henrique Melim